Quando chove no sertão

Quando chove no sertão
Quando chove no sertão
a natureza desperta
o trovão estala forte
que o coração se aperta
a terra toda brotando
a passarada cantando
numa alegria sem par
o rio como uma cobra
correndo fazendo dobra
até o encontro com o mar

O raio clareia a noite
expulsando a escuridão
a terra exala seu cheiro
anunciando a plantação
a seca fecha a cortina
o verde cobre a colina
no mais belo esplendor
é um quadro sem defeito
que só poderar ser feito
pela mão do criador

O Peixe nada ao contrario
da correnteza do rio
o vale vira um tapete
de capim verde e macio
borboletas e beija-flores
ficam fazendo favores
aumenta a fecundação
e as flores se multiplica
é isso tudo que explica
que há chuva no sertão

Qualquer pessoa se encanta
admirando o painel
abelhas levando o necta
para fabricar o mel
besouros a zumbizar
um aqui outro acolá
não se sabe de onde vem
isto tudo me comove
só pode ver quando chove
as coisas lindas que tem

Os bezerros escramuçando
logo que amanhece o dia
o João de barro começa
a fazer sua moradia
o cavalo relinchando
e o orvalho molhando
quem entre o mato passar
ali tudo recomeça
o capim nasce com pressa
pro gado se alimentar

A brisa corre entre o pasto
traz o cheiro da alfazema
a folha nasce ligeiro
de verde cobre a jurema
melão Caetano surgindo
a gitirana subindo
vai abraçando o mourão
e o sertanejo animado
cedinho vai pro roçado
começar a plantação